sábado, 9 de maio de 2009

Jornalistas e Jornalismo. O direito à informação.

Em democracia, o papel dos orgãos de comunicação social, que se pretendem isentos e objectivos, é fundamental para assegurar as liberdades e direitos (e reponsabilidades!) de todos. Designadamente através da manutenção de um fluxo de informação correcta e constante que nos permita o acesso a notícias relevantes, dadas com a credibilidade e independência exigidas ao bom jornalimo. Porém, justamente quando não deviam faltar - sentida que é a crise, não só financeira mas de valores, bem como de credibilidade das instituições -, os media atravessam uma fase que tem afectado visivelmente a missão de serviço público que devia ser sua.
A concentração dos meios em pouco mais de meia dúzia de empresas de comunicação social, a falta de um estatuto que proteja melhor o exercício do jornalismo por parte dos profissionais, o estreito convívio entre jornalistas e fontes e o peso das agências de comunicação nas notícias que saiem das redacções, entre outros factores, não têm no seu conjunto permitido uma vida fácil à comunicação social portuguesa, e, por conseguinte, aos leitores cuja necessidade de confiar nos conteúdos que recebem dos orgãos de comunicação tem aumentado.
O bom jornalismo é inevitavelmente uma actividade cara. Para animar, em Portugal, e sobretudo nesta fase, os investimentos publicitários são escassos e cada vez mais disputados. Ora numa altura de crise como aquela que atravessamos, é urgente que jornalistas e meios de comunicação social percebam a importância de actuarem com elevado sentido de ética e rigor na informação que nos fornecem. É justamente por sentir essa firme convicção que me espanta ver lançarem-se novos meios, que vêm tornar ainda mais difícil a disputa pelas receitas publicitárias, mas não conseguem evitar monumentais gafes que, perdoem-me, em nada abonam o jornalismo rigoroso a que temos direito. Vale-lhes só este estado de ser português.

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