quarta-feira, 13 de maio de 2009

Esclarecimento a quem interessar

Desde que abri este blog, e apesar da sua ainda muito curta história, fui, para espanto meu, abordado diversas vezes por pessoas, aqui e acolá, interessadas em saber a razão desta minha decisão de vir para a blogosfera. Considerando o meu nome, claro que entendi imediatamente a questão de forma natural, por isso decidi responder por esta via esperando contribuir para esclarecer aqueles a quem a questão se coloque agora ou no futuro.

Ao abrir este «Estados da Nação» mais não tive do que a mesma motivação que animará a emagadora maioria de portugueses que participam mais ou menos activamente na blogosfera na qualidade de simples cidadãos e usando do pleno direito que lhes assiste a expressarem livremente as suas opiniões. É que, nomes à parte, não deixo, por me chamar Santana Lopes, de ser um cidadão comum, igual a tantos milhões de portugueses, com os mesmos direitos (e deveres!) e com o sentido desejo de participar mais activamente nessa qualidade única e com o fim de acrescentar a minha opinião à de tantos outros.

Estou assim perfeitamente ciente que muitos poderão perguntar-se sobre a posição que tenho relativamente ao meu irmão, Pedro. Para que se entenda definitivamente e não mais se volte a questionar, tenho por ele a admiração e profundo respeito de quem o sabe sério nos princípios e lutador nos ideais, e que tantas vezes, enquanto político, me soube galvanizar pela humildade com que recebeu as suas vitórias e a dignidade com que aceitou as suas derrotas. Mas este, dizia eu, não é um blog do Pedro e sim do João. Não é um blog político, até porque não sou um homem da política mas um mero cidadão.

Os dias da Fé...

Hoje é um dia de fé para os católicos. Em Fátima juntam-se às centenas de milhares os peregrinos vindos de toda a parte. Porque a Fé, mesmo no invisível, tem o poder para mobilizar-nos, mesmo nas piores condições. Fé! Não só em Nossa Senhora de Fátima, mas em Portugal porque nos falta. Fé porque o país parece já quase ter tocado o fundo - ainda se ergue o mostrengo, vindo de lá do fim do mundo a voar três vezes para nos dizer três vezes que se acabou Portugal! Fé porque falta dinheiro nos bolsos a muitos portugueses que mal podem pagar a comida, quanto mais os estudos dos filhos. Porque nos falta uma imagem credível da Justiça, incapaz de resolver os casos mediáticos para ao menos se reforçar aos olhos dos portugueses. Porque nos falta a imprensa livre e capaz de dar notícias. Fé porque não existe ainda um Sistema Nacional de Saúde capaz de reduzir as listas e o tempo de espera de maneira a evitar que as pessoas morram antes de serem tratadas como é direito consagrado pela Constituição. Porque falta Segurança, como demonstram os novos (velhos!) acontecimentos do bairro da Quinta da Bela Vista, que só mesmo o Ministro da Administração Interna sabe justificar... Fé! Porque nos faltam, em resumo, lideranças que saibam liderar! Lideranças perfeitamente conscientes de que devem ser um exemplo absolutamente modelar para os cidadãos e sábias na forma como lideram. Fé! Fé nos políticos que tardam em saber que o primeiro capital de um povo fracturado, em altura de crise, é a esperança. Haja esperança em Portugal! Haja Fé!
Na foto: Um dos sem abrigo da cidade de Lisboa. Como ele andam por aí milhares, mas não foram a Fátima, talvez tenham menos razões para alimentar a Fé... O Presidente da República falou (e bem!!) sobre a necessidade de combater a exclusão social. Não tenho visto os partidos políticos nem os autarcas, que podem localmente desenvolver respostas para os problemas de exclusão vividos nas suas Cidades, preocupados com o assunto - isso preocupa-me. A foto é do Tiago Pereira e pode ver-se aqui, no site Olhares.

PS quer ganhar na internet

Segunda capa com José Sócrates em grande plano no «i». Desta vez para nos informar que o PS contratou a empresa norte americana Blue State, que esteve ao lado da candidatura de Barack Obama, para desenvolver a campanha online das próximas eleições legislativas. A aposta do actual Primeiro Ministro e Secretário Geral do Partido Socialista na internet justifica-se plenamente. A internet tem actualmente um peso confirmado a nível mundial para os partidos políticos no contacto com pessoas - só o facebook, segundo informava o «i» ontem, tem mais de 175 milhões de utilizadores. Mas a contratação de uma «equipa à americana», como a Blue State, paga-se, está claro de se ver, «à americana». São estas e outras contratações de luxo, mesmo em altura de contenção nacional, que podem justificar perfeitamente, independentemente dos resultados eleitorais que o PS de Sócrates vier a ter, as recentes mexidas na lei do financiamento dos partidos.
Com a Blue State o Partido Socialista terá visibilidade virtual assegurada, é certo. Só poderá mesmo temer os resultados de reavivar, com a visibilidade na internet, o que os portugueses, pelo menos a maioria, gostariam de poder esquecer... Valha-nos Nossa Senhora de Fátima!

Wiki Sessions: Capacidade de inovação PT

A partir de hoje, 13 de Maio, a Portugal Telecom passou a prestar um apoio ainda melhor aos seus Clientes, que podem agora interagir com os especialistas da empresa - em tempo real - através das sessões de customer care, as Wiki Sessions. Classificadas pela PT como «um importante intrumento de diálogo», que vai servir para reforçar o Wikicare, as Wiki Sessions, como a empresa decidiu chamar-lhes, vêm apenas provar que a Portugal Telecom tem ainda uma tremenda capacidade de inovar para liderar. Podem saber mais sobre o assunto aqui, no site oficial.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Guimarães: Aqui começou Portugal

Obra detacada do património nacional, o Castelo de Guimarães é um motivo incontornável para nos levar de visita à «Cidade Berço» de Portugal, cujo centro histórico integra o património cultural da Humanidade.
Regularmente quero prestar aqui o justo tributo ao Património nacional e às Cidades portuguesas. Porque o país é bastante mais do que os grandes centros urbanos de Lisboa e Porto, e porque existe (ainda!) um Portugal inteiro por descobrir que vale a pena ser descoberto!

Estado e fornecedores: Honrar compromissos deve ser a prática

Numa altura em que é pedida contenção nas despesas aos portugueses, designadamente no recurso ao crédito, é fundamental que venha do Estado um exemplo de seriedade absolutamente modelar que continua a tardar. O atraso sistemático dos pagamentos por parte do Estado, seja a particulares ou organizações, não é uma prática justa e que deva coadunar-se com a cobrança dos dinheiros que lhe são devidos, designadamente ao nível dos impostos. Se esta prática não se alterar, como tudo indica, não restarão aos portugueses senão os direitos de indignação e exigência (legítima!!) de outras práticas por parte do Estado português. Porque numa altura de contenção e rigor como esta que atravessamos, uma das maiores ajudas que o Estado pode proporcionar passará por honrar atempadamente os seus compromissos e deixar de contribuir, como tem feito, para uma asfixia que tem acabado inclusivamente por gerar falências ou, em última análise, justamente o recurso ao crédito...
Vivemos uma altura de crise global. Alturas como esta servem não só para deixar os desequílibrios ao nível da justiça social mais expostos mas (também!) para encontrarmos novas soluções que coloquem o país na direcção do desenvolvimento.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Problemas na Quinta da Bela Vista continuam

Quarta noite de tensão no bairro da Bela Vista, em Setúbal. Ali vivem cerca de 7.000 pessoas vindas maioritariamente das antigas colónias, contrariando o sentido inicial que levou à contrução do bairro, que era, como será sabido, a instalação de quadros superiores da Setenave. A PSP deslocou para o local um efectivo relevante procurando assim responder adequadamente para reinstalar a ordem. O Ministro da Administração Interna, Doutor Rui Pereira, já veio dar explicações ao país, tal como o Director Nacional da Polícia, Oliveira Pereira. Asseguram-nos que a PSP tem condições para responder a este tipo de problemas nacionalmente...
Ficam agora mais claras as razões que deviam ter levado este governo a repensar a falta de meios com que continua a viver a Polícia de Segurança Pública e a situação dos gratificados que submete os agentes a condições muito distantes das consideradas ideiais para o serviço que se lhes pede. Nenhuma estratégia de combate à criminalidade pode passar por uma polícia sem meios adequados (e completamente desmotivada!), tal como nenhuma resposta séria a problemas como este, da Quinta da Bela Vista, pode passar sem o acompanhamento de perspectiva social que se impõe e que não deve emanar apenas das forças tuteladas pelo Ministério da Administração Interna...

domingo, 10 de maio de 2009

O financiamento dos partidos

Li ontem a crónica do Pedro Lomba no «i» sobre o financiamento dos partidos. O tema causa sempre polémica, percebe-se, mas não devia! A função dos partidos é essencial ao Estado de Direito, como é fundamental a informação das propostas políticas das forças partidárias. Se não for assim os eleitores não poderão ser devidamente informados, nem serão capazes de formular devidamente as suas opções, especialmente em alturas de eleições. É preciso ter em conta, além do mais, que o país não são apenas os grandes centros urbanos, existe também a necessidade de levar a informação a localidades onde vive quem não lê jornais nem vê o Professor Marcelo Rebelo de Sousa... Sem dinheiro não existem meios para informar eleitores, sem informação não existem votos conscientes, existem simpatias e militantes. O problema do financiamento dos partidos não passa assim pela diminuição ou aumento de montantes, mas pela definição de regras de transparência e pelo urgente trabalho para o merecimento desses financiamentos por parte dos agentes políticos, que as pessoas têm que sentir realmente interessados no desenvolvimento do país e não em encher os bolsos como tem acontecido. O centro do debate não deve estar assim na alteração dos financiamentos partidários, mas na alteração das práticas dos políticos portugueses que, tantas vezes, se afastam muito das razões pelas quais os elegemos.

79ª Edição da Feira do Livro



Está aberta desde o dia 30 de Abril e assim vai ficar até ao próximo 17 de Maio, quando encerrar a sua 79ª edição. Num Domingo como este, cinzento e com um céu nada inspirador para quem tencionava ir até à praia, a Feira é um destino que promete interesse e a possibilidade de reunir a família em torno da Cultura e do livro.

Nota especial para os Benfiquistas, com saudações Leoninas, claro: «As Aventuras de Cosminho - a Gloriosa História do Benfica», de Luis Avillez (e ilustrações de Filipe Figueiredo), foi lançada hoje, com direito a sessão de autógrafos na praça central. Portanto já sabem, vale a pena ir ao Parque Eduardo VII para respirar o ar da Cultura na Cidade.

sábado, 9 de maio de 2009

Jornalistas e Jornalismo. O direito à informação.

Em democracia, o papel dos orgãos de comunicação social, que se pretendem isentos e objectivos, é fundamental para assegurar as liberdades e direitos (e reponsabilidades!) de todos. Designadamente através da manutenção de um fluxo de informação correcta e constante que nos permita o acesso a notícias relevantes, dadas com a credibilidade e independência exigidas ao bom jornalimo. Porém, justamente quando não deviam faltar - sentida que é a crise, não só financeira mas de valores, bem como de credibilidade das instituições -, os media atravessam uma fase que tem afectado visivelmente a missão de serviço público que devia ser sua.
A concentração dos meios em pouco mais de meia dúzia de empresas de comunicação social, a falta de um estatuto que proteja melhor o exercício do jornalismo por parte dos profissionais, o estreito convívio entre jornalistas e fontes e o peso das agências de comunicação nas notícias que saiem das redacções, entre outros factores, não têm no seu conjunto permitido uma vida fácil à comunicação social portuguesa, e, por conseguinte, aos leitores cuja necessidade de confiar nos conteúdos que recebem dos orgãos de comunicação tem aumentado.
O bom jornalismo é inevitavelmente uma actividade cara. Para animar, em Portugal, e sobretudo nesta fase, os investimentos publicitários são escassos e cada vez mais disputados. Ora numa altura de crise como aquela que atravessamos, é urgente que jornalistas e meios de comunicação social percebam a importância de actuarem com elevado sentido de ética e rigor na informação que nos fornecem. É justamente por sentir essa firme convicção que me espanta ver lançarem-se novos meios, que vêm tornar ainda mais difícil a disputa pelas receitas publicitárias, mas não conseguem evitar monumentais gafes que, perdoem-me, em nada abonam o jornalismo rigoroso a que temos direito. Vale-lhes só este estado de ser português.

Estados na nação.

Iniciar um blog é uma responsabilidade que não pode (ou pelo menos não deve) ser encarada com leviandade. Porque a blogosfera é um espaço importante que permite não apenas sentir as diferentes sensibilidades dos portugueses mas, também integrar uma comunidade que pode e deve, desde logo pelo exercicio do direito à livre opinião, suscitar aos políticos um sentido de responsabilidade urgente do qual têm vindo a distanciar-se continuadamente. Compreender os nossos próprios limites, mas também as nossas potencialidades, pode e deve motivar-nos a dar um contributo ao país - especialmente num momento como é este, de crise e falta de credibilidade em sectores vitais do Estado, como é o caso da Justiça. Pessoalmente, com este blog, pretendo para já potenciar a voz de pessoas que me pareçam exclusivamente interessadas no bem geral dos cidadãos e organizações nacionais, sejam essas do sector Público, Social ou Privado. Pretendo juntar o nome a um espaço que sirva a reflexão (mais uma) que me parece central para o desenvolvimento de novas atitudes, não só dos políticos e forças partidárias mas, também, da sociedade cívil. Temos todos, cidadãos, uma palavra a dizer para que Portugal não acabe sendo apenas uma utopia. Pode ser essa, se outra não for, a nossa melhor contribuição para alterar o estado da nação.
Sendo assim, é com imenso prazer e sentida honra que receberei aqui os textos regulares de várias pessoas que estimo e cuja opinião me habituei a prezar. Porque este não é, nem será, apenas o blog do João Santana Lopes. Será um espaço comum de gente exclusivamente interessada no melhoramento dos mais diversos sectores nacionais e vida dos portugueses em geral, mas com o afirmado desejo comum em servir o nome de Portugal!